O governo de Mato Grosso acaba de renovar o programa REM (Redd Early Movers, na sigla em inglês), que conta com cooperação financeira do Reino Unido e da Alemanha para a conservação das florestas, além da participação do Acre. Com investimento de 44 milhões de euros na produção sustentável, no fortalecimento da política ambiental e na agricultura de baixo carbono, 108 projetos são apoiados em 98 municípios.
Assista ao vídeo:
O REM integra e engaja organizações públicas e da sociedade civil, comunidades tradicionais, povos indígenas, produtores rurais e toda a sociedade mato-grossense contra o desmatamento ilegal. "O principal objetivo do REM Mato Grosso é garantir a manutenção das florestas em pé e melhorar a vida de quem as protege", afirma Eliel Rondon, líder indígena do grupo étnico Terena.
O programa já apoiou a formação de 82 brigadas voluntárias que protegem e atuam em mais de 1,2 milhão hectares de fogo ilegal. "O desmatamento em Mato Grosso é produzido pela urbanização ilegal, mineração, incêndios florestais para áreas de pastagens e produção agrícola e para venda de madeiras", diz Luís Alberto Scaloppe, promotor de Justiça. "Nossos ancestrais faziam queimada controlada, mas depois disso passou-se a fazer de qualquer jeito", lamenta Cacique Paulo César, líder do povo indígena Xavante.
Mais de R$ 21,8 milhões já foram investidos em monitoramento de vegetação nativa. O número de autos de infração aumentou mais de 300% entre 2018 e 2021 graças às ações de combate e controle, sem contar as áreas embargadas que cresceram mais de 500%. Mato Grosso é o terceiro maior estado brasileiro em território, com 93 milhões de hectares. Ao todo são 75 territórios indígenas, de 43 etnias e uma população de mais de 60 mil indígenas.