O governo do estado de Mato Grosso iniciou a implantação de um novo sistema de rastreabilidade de madeira para que o consumidor final tenha a garantia de que a matéria-prima, seja em tora ou serrada, tenha sido retirada da natureza de forma legal. Chamado Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora) 2.0, ele substituirá a versão 1.0, onde o acompanhamento era feito a partir de inventário florestal, com volumes estimados de madeira a ser explorada.
O Sisflora 2.0 passa a ser um módulo do Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGA). E o investimento de R$ 2,5 milhões é proveniente do Programa REM (Redd Early Movers, na sigla em inglês), que conta com cooperação financeira do Reino Unido e da Alemanha para a conservação das florestas.
"Os produtos mato-grossenses terão mais confiabilidade, garantia de origem e acesso a mercados exigentes. Esta é uma melhoria que beneficia quem empreende de forma legal em Mato Grosso, e toda a sociedade", avalia a secretária de estado de meio ambiente, Mauren Lazzaretti. Com o novo sistema, o controle passa a ser feito de árvore em árvore, considerando o volume real de madeira, além de permitir a inserção de dados detalhados, mais precisos e disponíveis para auditoria. Assim, será possível verificar a produtividade real da área, de acordo com o que está deferido na licença para manejo ou exploração florestal. Atualmente, essas informações são inseridas de forma manual pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT).
A fiscalização é ostensiva em todo o estado. Somente no ano passado, o governo estadual aplicou R$ 1,135 bilhão em multas por crimes ambientais, expediu 2.250 autos de infração, atendeu 6.788 alertas de desmatamento e embargou uma área de 173 mil hectares. Nas últimas duas décadas, Mato Grosso reduziu o desmatamento do bioma amazônico no seu território em 85%.